Hoje eu me veio uma saudade do mar que chegou sem avisar.
Veio como aquele vento de fim de tarde na areia, sabe? Que sopra devagarinho e, quando a gente percebe, já levou junto um monte de pensamentos que a gente nem sabia que estavam ali.
A praia sempre foi o meu refúgio.
Nos dias bons, eu ia pra celebrar. Nos dias ruins, pra tentar respirar.
Era só colocar os pés na areia que tudo desacelerava dentro de mim. O barulho das ondas me dizia que o mundo podia esperar um pouco, que nem tudo precisava ser resolvido agora. Ali, eu me sentia viva. Inteira. Em paz.
Mas ultimamente… tenho sentido falta de mim naquela versão que sabia a hora de parar.
A correria do dia a dia engoliu minha rotina. Os compromissos, a pressa, o cansaço.
E agora o inverno chegou também, trazendo essa distância física do mar, como se ele estivesse ainda mais longe.
Sinto falta do cheiro da maresia grudando na pele, da água salgada me curando em silêncio, do mergulho que limpava não só o corpo, mas o coração.
A brisa fresca fazia cócegas na alma. Era como se o mar me dissesse: “Você está segura aqui”.
Hoje eu só queria sentar na beira da praia, em silêncio.
Só eu e o som do mar. Sem perguntas, sem respostas.
Só pra lembrar quem eu sou quando o mundo cala.
Acho que, no fundo, o que eu sinto saudade não é só da praia…
É de mim mesma, naquela calmaria.
É de quando eu me permitia simplesmente estar.
Talvez o mar ainda more em mim.
Talvez eu só precise reaprender a ouvi-lo — mesmo de longe.
Mesmo no frio.
Com carinho,
Flávia 🌊
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